Os impostos de Múrcia poderão pagar-se através de Bizum, Apple Pay e Google Pay a partir de setembro

Tras sucessivas prorrogações, a Câmara municipal adjudica o serviço de gestão de tributos por 37 milhões e 4 anos à mesma empresa que vinha o prestando

«Faço-te um Bizum e pago-te o que te devo». Esta frase, que manifesta uma forma de proceder que se voltou mais que usual entre amigos, conhecidos e familiares, vai poder se aplicar a partir de agora no relacionamento, não tão íntima, que mantêm os vizinhos do município de Múrcia com a Agência Tributária Autárquica. Porque a partir do mês de setembro entrará em vigor o novo contrato do serviço de gestão de tributos que inclui entre as suas novidades esta adaptação aos novos tempos.

Junto a este médio de pagamento 'on-line', muito vinculado à tecnologia móvel, também será possível recorrer ao uso de Apple Pay e Google Pay. Assim, agora o mesmo pagar-se-á com o 'smartphone' um café que o selo do carro. Não será possível, pelo momento, usar estas vias no caso do período de pagamento voluntário das sanções de tráfico, que são geridas por Polícia Local, segundo puntualizaron desde a Câmara municipal.

El contrato para a cobrança e gestão de tributos foi adjudicado finalmente nesta sexta-feira, por acordo da Junta de Governo autárquico, à mercantil Gestão Tributária Territorial SA com um custo de 36.908.919 euros para um prazo de quatro anos -uns 9 milhões anuais, embora, ao ser um contrato de máximos, tratar-se-á de rebajar o custo final-, prorrogable a um mais. Trata-se da mesma empresa que vinha oferecendo o serviço desde 2004 -após sucessivas licitações-, segundo indicaram fontes autárquicas, embora nesta ocasião com uma denominação diferente depois da absorção do seu filial Tribugest.

Este serviço foi privatizado pela PP nos inícios do milénio e desde então o PSOE criticou em diversas ocasiões esta externalización. Cs também pôs o foco nas últimas legislaturas sobre o contrato. De facto, há que recordar que este se prestou nos últimos meses por Tribugest em virtude de «duas prorrogações excecionais, uma assinada em março e outra em novembro do 2021 e que venciam neste mesmo mês de agosto. O motivo desta demora se encontrava, concretamente, nas reticências do vicealcalde, Mario Gómez, a dar luz verde a um pliego de cláusulas com o que não estava de acordo. Finalmente, a princípios de 2022 o presidente da câmara municipal, José Antonio Serrano, se avocó as concorrências de Contratação para possibilitar que seguisse a tramitação do pliego.

O edil de Gestão Económica, Enrique Lorca, reconhecia nesta sexta-feira que o seu DNA social-democrata lhe leva a apostar em o público, mas, que «dado o tempo com o que se contava antes da expiração do contrato, a Câmara municipal não dispunha de capacidade pessoal e técnica para assumir uma remunicipalización». Não obstante, assinalou que nos próximos quatro anos «dever-se-iam ir dando passos para que, se não todo o serviço, ao menos parte, volte a ser gerido pela Câmara municipal», ao mesmo tempo em que enfatizou que o labor desenvolvido pelos trabalhadores desta empresa está a ser «ótima».

Más facilidades para o pagamento

«Com este novo contrato põem-se mais e melhores meios para facilitar ao máximo o pagamento de impostos e taxas, aumentando a arrecadação voluntária», apostillaba em relação às melhorias que suporá a renovação do serviço. Assim destacou, por exemplo, ferramentas como a 'conta fiscal do contribuinte', com a que se procura aumentar as domiciliaciones; as assinaturas a notificações eletrónicas; a extensão dos canais de comunicação através do Chatbot tributário, a ampliação dos meios de pagamento eletrónicos; e o incremento do catálogo de serviços telefónicos.

Assim mesmo, o adjudicatario deverá contribuir locais situados em zonas centrais e de fácil acesso no município tanto no centro da cidade -ao menos duas-, como nas pedanías de Beniaján, Cabezo de Torres, O Palmar e Ponte Toucinhos e em outras três por determinar.

Fonte: Diário A Verdade (05.08.2022)